Vamos falar da sua Roma?
- Daiana Oliveira
- 26 de jun. de 2020
- 7 min de leitura

Você sabe onde você quer chegar?
Qual é o destino que você quer alcançar?
E você sabe se os seus esforços estão te levando para lá?
Você sabe se tudo o que você tem feito está te levando mais para perto do seu objetivo?
Decidir onde você quer chegar,
Decidir qual é o destino que você quer alcançar,
E decidir adotar todas as medidas que te levam até lá.
São as decisões que mudam o eixo da sua história.
Assim como a decisão de Júlio César de cruzar o Rubicão com o exército dele,
mudou o eixo da história da civilização.
A aprendizagem se dá com a experiência.
Passar pelas situações da vida nos coloca em contato
com os vários resultados possíveis decorrentes de nossas escolhas.
A experiência é o aprendizado por meio de erros e acertos.
Porque somente quando estamos no campo de batalha
é que realmente conseguimos saber o que funciona e o que não funciona.
Somente quando decidimos e agimos desta ou daquela forma
é que conseguimos saber o que dá certo e o que dá errado.
A teoria sozinha não é capaz de provar esses resultados.
A teoria sozinha não pode afirmar com certeza qual será a estratégia vitoriosa.
Porque só na prática é que os nossos passos e os eventos do mundo vão se desdobrando.
E conforme isso vai de desenrolando é que se torna possível saber
quais são os próximos passos a serem dados e o que vai interferir nos próximos eventos.
Mas, além da nossa própria experiência, há outra forma de aprendermos.
Existe outra forma de analisarmos os resultados decorrentes de determinadas decisões,
Porque existe um padrão entre as causas e os efeitos.
Ou seja, determinadas causas sempre geram determinados resultados.
E se não for pela teoria e nem pela experiência,
então como podemos aprender a melhorar as nossas decisões?
Além da nossa própria experiência, podemos aprender com a experiência dos outros.
E fazemos isso quando buscamos entender os eventos históricos.
Quando buscamos compreender os perfis dos personagens que marcaram a história.
A compreender as decisões que foram tomadas.
A compreender os efeitos que foram provocados.
A compreender as consequências que foram produzidas no mundo.
Podemos cortar o caminho do nosso aprendizado,
aprendendo com a experiência dos outros.
Avaliando os erros e acertos, os caminhos adotados e as consequências obtidas.
Um evento histórico extremamente emblemático sobre saber onde se quer chegar,
e que tem servido de exemplo por gerações, há séculos,
é a decisão de Júlio César de cruzar o Rio Rubicão com o seu exército.
E que decisão foi essa?
Primeiro é importante saber alguns fatos.
A República de Roma, em meados do Séc. I a.C, era controlada por uma aliança política
entre Júlio César, Pompeu o Grande e Licínio Crasso.
Essa aliança informal é conhecida como o Primeiro Triunvirato.
Você deve lembrar disso do colégio.
Nesse período, Júlio César liderou uma das campanhas mais difíceis dos romanos.
Ele teve que lutar para manter o domínio de Roma sobre a região da Gália,
que fica ao norte de onde hoje é a Itália.
Júlio César teve que enfrentar a Grande Revolta Gaulesa contra os romanos,
liderada pelo valente chefe gaulês Vercingetórix.
Enquanto essa batalha se desenrolava, e como Licínio Crasso havia morrido,
Pompeu começou a fazer alianças secretas em Roma
com a finalidade de tirar Júlio César do poder e comandar a república sozinho.
Depois de longas e desgastantes batalhas, Júlio César finalmente venceu os gauleses.
Vercingetórix e seu exército se renderam e o domínio romano sobre a região foi reestabelecido.
Mas no percurso do seu retorno para Roma, Julio César tomou conhecimento dos planos secretos de Pompeu,
e se viu diante de um dos maiores dilemas da história.
E qual era esse dilema?
O Rio Rubicão era um rio que marcava o limite entre os territórios da região da Gália, ao norte,
e os territórios de Roma, ao sul.
E naquele período, o direito romano proibia qualquer general romano
de atravessar o Rio Rubicão acompanhado de suas tropas
quando retornassem das campanhas no norte.
Ao chegar na margem norte daquele rio, o exército deveria ser dispersado,
de modo que cada um retornasse para a sua casa em comitivas menores ou individuais.
Portanto, era uma afronta ao sistema republicano romano vigente,
o exército atravessar o Rio Rubicão em conjunto. Não podia.
E aquele sistema era absolutamente admirado e respeitado.
De modo que essa era uma decisão extremamente ousada, perigosa, audaciosa, para qualquer general.
Mas, Júlio César, ao saber que havia sido traído enquanto estava em campanha,
estava diante desse dilema:
pois ele precisava decidir se iria dispersar o seu exército e retornar à Roma sozinho,
respeitando a lei vigente mas se submetendo ao plano de seus inimigos;
ou se ele cruzaria o Rio Rubicão com o seu exército, iniciando uma guerra civil.
Ele precisava decidir se o seu destino seria Ser esmagado por Pompeu,
ou se o seu destino seria Conquistar Roma.
E qual foi a decisão que Júlio César tomou?
Conta a história, que ao decidir que o seu destino seria conquistar Roma,
Júlio César disse aos seus comandantes: "A sorte está lançada".
E para isso ele precisava cruzar o Rio Rubicão acompanhado do seu exército.
Mas, Júlio César não tomou essa decisão de rompante.
Não foi uma decisão impensada, nutrida pela raiva e pela sede de vingança.
Conta a história que Júlio César passou a noite em conflito sobre o que fazer.
Então, foi uma decisão ponderada e relutante.
Foi uma decisão avaliada e pensada por sua cabeça de estrategista,
que avaliava prós e contras, que analisava pontos fortes e fracos de ambos os lados.
E depois que ele finalmente tomou essa decisão, o que Júlio César fez?
Depois de tomar sua decisão, Júlio César não ficou parado,
nem ficou esperando que a situação se resolvesse sozinha.
Depois de se decidir, ele cruzou o Rio Rubicão com o seu exército
e entrou triunfalmente em Roma.
Pompeu e seus aliados não acreditavam que Júlio César tomaria uma decisão tão ousada.
E diante da surpreendente notícia, eles abandonaram Roma e todo o seu tesouro.
Júlio César, assim, entra e conquista Roma sem precisar derramar uma gota de sangue.
Mas, ele sabia que não bastava entrar em Roma.
Ele sabia que precisava conquistá-la definitivamente.
E para isso ele precisava esmagar Pompeu e todos os seus inimigos.
Por isso, Júlio César segue em perseguição à Pompeu até o Egito,
onde Pompeu foi finalmente morto.
Mas Pompeu não foi morto por Júlio César.
Ele acabou sendo morto inadvertidamente por Ptolomeu, o rei do Egito.
que entregou a cabeça de Pompeu como presente à Júlio César.
Mas Júlio César desaprovou aquela atitude, considerando-a desonrosa.
E isso acabou levando Cleópatra, a irmã de Ptolomeu ao trono do Egito.
E inclusive, foi nesse período que Júlio César conheceu e se apaixonou por Cleópatra.
Mas essa é outra história.
O que importa aqui é entender o desenrolar dos fatos.
É entender as decisões adotadas e os efeitos provocados.
Por isso eu te perguntei antes de tudo:
Você sabe qual é o seu destino?
Você já decidiu se o seu destino é conquistar Roma
ou se é ser esmagado pelas adversidades da vida?
E você sabe qual é a Roma que você quer conquistar?
Você sabe se todos os seus esforços estão te levando até a sua Roma?
Porque eu não se você percebeu,
mas não basta cruzar o Rio Rubicão.
Não basta enfrentar os seus medos e as adversidades da vida.
As fases mais importantes acontecem antes e depois disso.
O que pode modificar tudo, é o que acontece antes de cruzar o Rubicão.
É o que acontece antes de iniciar a ação.
E o que pode definir como tudo passará a ser, é o que acontece depois de cruzar o Rubicão.
É o que acontece depois que a ação já foi iniciada.
Como assim?
A guerra é ganha antes de começar.
Antes de qualquer coisa, de qualquer atitude que venhamos a tomar,
É preciso saber para onde estamos querendo ir.
Enquanto isso não estiver bem definido na nossa cabeça,
ficaremos dando voltas e mais voltas na vida,
É como disse o gato no livro "Alice no País das Maravilhas":
"Se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve".
Enquanto não decidimos para onde queremos ir, o que queremos conquistar,
podemos decidir fazer qualquer coisa, que estará tudo bem.
Nem devemos pensar muito sobre o que fazer, sobre o que decidir, sobre qual caminho tomar.
Enquanto não tivermos bem claro em nossa mente onde queremos chegar,
não precisamos nos preocupar tanto com as nossas decisões.
E está tudo bem agirmos assim enquanto não soubermos qual é a nossa Roma.
Porque no momento certo, no momento adequado saberemos qual destino queremos alcançar.
Em algum momento da nossa vida somos colocados diante do nosso próprio dilema.
E quando isso acontece, nós temos que decidir,
Quando somos colocados diante dessas situações, precisamos decidir qual caminho iremos seguir.
E precisamos tomar essa decisão avaliando com muita atenção os prós e contras.
Avaliando os caminhos seguintes que provavelmente teremos que percorrer,
Reconhecendo e admitindo os obstáculos que teremos que superar.
Compreendendo muito bem o preço que estamos dispostos a pagar para atingir o nosso objetivo.
Essa fase de análise e de decisão é que nos deixa seguros de nossa escolha.
Essa fase é que fortalece a nossa mente da certeza da conquista.
Por isso, antes de efetivamente cruzar o Rubicão, de sairmos em ação,
O mais importante é aprender a analisar, a refletir e a decidir com sabedoria.
Agora, depois que resolvemos os dilemas de nossas vidas e que decidimos aonde queremos chegar.
todas as nossas ações devem estar voltadas para chegarmos à nossa Roma.
Depois que tomamos uma decisão, não basta apenas cruzar o Rubicão,
não basta praticar um único ato ousado e grandioso.
Todos os demais caminhos a serem seguidos depois de cruzar o Rubicão devem nos levar até a nossa Roma.
Ou seja, depois de decidir aonde queremos chegar,
devemos nos manter apenas nos caminhos que nos levem até lá.
Devemos direcionar todas as nossas ações para obter o que queremos.
Quando sabemos para onde estamos indo, não é qualquer caminho que nos leva até lá.
Então é perda de tempo e de energia escolher por caminhos que nos tirem da nossa estrada dos tijolos de ouro.
Então depois de decidir qual é o seu destino e de atravessar o Rio Rubicão
é preciso seguir adiante com a determinação de um conquistador.
Se a decisão já foi tomada, se o destino já foi traçado,
todas as ações devem ter a intenção de conquistar a sua Roma.
A sua mente deve estar sintonizada nessa intenção para não te desviar do percurso.
Isso é o que irá definir como tudo passará a ser a partir de então.
Porque é o que acontece depois que a ação já foi iniciada que define o resultado da escolha tomada.
Por isso que depois de cruzar o Rio Rubicão é preciso ir até o final.
É preciso não descansar enquanto a sua Roma não for totalmente conquistada.
É preciso fechar o ciclo completamente:
É preciso primeiro perceber o dilema,
Depois é preciso avaliar as soluções possíveis.
Depois é preciso decidir o destino que se quer alcançar.
Então devem ser iniciadas as ações para chegar lá.
E por fim, é preciso continuar firme até conquistar o objetivo almejado.
É muito comum desistirmos quando estamos quasse conquistando totalmente o que queremos.
É comum morrermos na praia, cedermos nos últimos minutos.
Perdermos a esperança, porque não percebemos o quanto estamos perto do destino final.
E isso acontece porque somos testados pelo mundo, pelo universo,
para saber até onde estamos dispostos a ir para alcançar o nosso objetivo.
Para saber se estamos dispostos a pagar todo o preço que a conquista exige.
Então, eu te proponho a se fazer essas três perguntas diante dos dilemas da sua vida:
Você sabe qual é a sua Roma, qual é o destino que você quer alcançar?
Você sabe o que precisa ter e fazer para chegar lá?
E você já conquistou totalmente a sua Roma ou está pensando em desistir no meio do caminho?
Diante dos dilemas da vida,
Procure saber precisamente onde quer chegar.
Adote as medidas que te levem até lá.
E mantenha-se determinado até o final.
TEMPO DE MEDITAR | Daiana Oliveira



